quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Out of Africa

Um exercício de gratidão: sou grato a África do Sul. Obrigado. Você me surpreendeu muito positivamente. Decidi tirar férias – algo que não sei bem fazer. E já que estaria de volta a Índia – saindo do Brasil, a África estava no meio.


Passei 15 dias entre viagens pela península do Cabo e nos estados do norte. Sabia pouco sobre a África do Sul e tenho a impressão de que continuo sabendo (pouco, quero dizer). Queria entender melhor o sistema do apartheid. Entendi menos do que esperava. Talvez não fosse mesmo para entender. Ou talvez seja um convite à volta.


A Cidade do Cabo e as suas vizinhas na Península são maravilhosas. Faltam palavras para descrever tanta beleza. Casas bonitas, cidades bem organizadas, mar de azul límpido, penhascos “caindo” no mar e gente bonita. Aliás, muita gente bonita.

Usei o sistema de “couchsurfing” – uma plataforma online em que você busca e oferece “um sofá” para viajantes e com isso tem a oportunidade de fazer novos amigos, mostrar sua cidade e sua cultura. Em resumo: não paguei nada com acomodação, fui super bem recebido e conheci muita gente bacana.

Camps Bay: umas das praias mais bonitas que ja conheci

Meus anfitriões foram, por sinal, pessoas muito interessantes. Por exemplo, um casal formado por um quarentão americano e uma jovem austríaca – que sem trabalho, sem família e com um filho, se mudaram para a África. O marido planeja organizar um pacote para levar turistas de bicicleta da Cidade do Cabo ate o Cairo (ou seja, cruzando o continente africano). Mas por enquanto só planeja, e bebe, e fuma. Nos jantares “em família”, estava me sentindo como na gravação do próximo “big hit” do cinema de drama americano. E a impressão era de que os dois iam ganhar o Oscar.

Pizza de abacate com bacon e vinho na mesa: casa do Marteen (este nao e o quarentao de quem eu falava =)

Outro anfitrião era um alemão que comprou uma casa na África em 2004 e fez um pequeno “hotel” em que recebe no máximo três hospedes por vez. Ele desenvolveu um espaço em que o hospede pode (alem de surfar na praia paradisíaca) aprender sobre arte e obras de arte. Interessante? Bastante. Mas parece que não está dando dinheiro. E daí meu breve “mergulho” na personalidade dele, para encontrar uma pessoa fascinante, ainda que incomodada pelo “difícil” passado na Alemanha e pelos “sul-africanos” do presente – que “fazem obras de arte baratas e são falsos”.

Arte na casa do alemao Andre Pilz

Encontrar pessoas foi um grande prazer porque sou da crença de que o mundo tem muita gente interessante. E que damos uma chance a nós mesmos quando abrimos o coração e os ouvidos para pessoas novas no caminho.

Almoco com empreendedores do The HUB da Cidade do Cabo

Também radicalizei nos esportes. Mergulhei com tubarões brancos de mais de 2 metros. A mistura de medo e o balanço do barco me fizeram vomitar nada menos que 4 vezes. Eles te colocam em uma grade fechada com roupa de mergulho e afundam a grade ¾ no mar. Antes, você assina um termo que diz basicamente “que se qualquer coisa de mal acontecer, a responsabilidade é sua”. Uma vez no mar, joga-se sangue na água e espera-se. Quando os tubarões se aproximam, a galera pula na grade e ao grito do guia “Shark on your left”, submergem. E que frio na barriga. Entre as regras:

1 – Não pode segurar nas barras da grade. Detalhe: o mar te chacoalha e pés e mãos saem involuntariamente da grade (pelo menos no meu caso ;)
2 – Deve-se segurar numa barra amarela DENTRO da grade. E ao aviso da chegada do tubarão, prender os pés no fundo da grade (que por sinal, eu não conseguia alcançar!).
3 – A água é um “gelo derretido”.


No meu ataque de ansiedade, percebi que (já dentro da grade) não tinha colocado as botas de mergulho e meus pés (livres, leves e soltos) não paravam de flutuar para fora da grade. O medo do tubarão do nada aparecer e levar meu pé me fez prestar atenção a cada detalhe – do meu dedinho ao meu fio de cabelo. E no final, que lindo o tubarão é. Foi um prazer conhecê-lo.

Cabo da Boa Esperanca

Depois de dias nas praias paradisíacas do Cabo, escaladas em montanhas, nadar com focas, tomar sol em uma praia com pingüins, visitar o belíssimo Cabo da Boa Esperança – voltei a Johanesburgo. Que cidade feia. Parece muito com São Paulo. Agora, acho que entendo a impressão que os gringos têm de São Paulo quando chegam pela primeira vez. Em Johanesburgo, pouco se faz já que “todo mundo diz” que “tudo é perigoso”. Eu acabei acreditando.


Mas com Joubert, meu “host” – fizemos bastante coisa: entre acariciar tigres e leões e ver a briga de onças pintadas numa reserva a passar uma tarde super agradável em Pretoria e um fim de tarde (melhor ainda) nas margens de um rio no Free State. Ate a um churrasco em uma mansão, eu fui. Eu, que nem sabia o que era uma mansão. Agora sei. Sei que tem gente que tem lagos artificiais com patos (estes, de verdade), cujo chão da casa aquece sozinho no inverno e o chuveiro parece ter mais botões que meu computador.

Merry Christmas: Natal com a familia do joubert: o melhor presente que eu poderia ter recebido

Tem gente de todo o tipo neste mundo. Foi um prazer conhecê-las.

Natal com a familia do joubert: mesa farta! E ate a vovo fomos buscar.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Os 10 mandamentos

Não se engane. Orgulho e medo são perdas de tempo. Comece por onde você tiver uma chance. O sucesso é um acidente de percurso. O futuro não existe, trata-se de uma projeção de nossa mente esperta. Tenha coragem. Sustente-se. Seja paciente e gentil consigo mesmo, porque no final do dia, só podemos ter compaixão pelos outros se antes tivermos por nós. A eternidade está neste instante.Tente.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Ai se eu te pego

Sabe aquela situação em que você se imagina feliz e agradável por fazer alguma coisa? Não, na verdade você ainda não está fazendo nada – por enquanto, apenas imaginando.

Vivendo no Brasil, é de se imaginar que alguém goste de futebol, samba, praia, forró,... É melhor parar por aqui! Nunca fui muito fã dessas coisas (com exceção da praia que, em um acesso de nostalgia, passei a amar nos últimos anos) e até ai, tudo bem. Mas quero dar mesmo é o exemplo do forró.

Ai se eu te pego!

Fico imaginando como devem ser legais as noites de samba e forró, a galera se divertindo. Falo do charme dos bares como os da Vila Madalena em São Paulo ou um fim de tarde num galpão de samba no Rio de Janeiro, depois de passar um dia surfando e conversando a toa com a galera da praia, em Ipanema.

Acontece que eu não sambo, não danço forró, nunca subi em uma prancha de surfe e muito menos sou desses que costumam entardecer “fazendo amizades” na praia. Mas que seria legal, seria! Ou não seria? Talvez já é. Ai, como eu daria tudo para ser um desses!

Mas passa rápido, daqui a pouco eu esqueço.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Um texto mal escrito

Por que eu me interesso tanto por “buscar sentidos” no mundo? Será que as coisas têm sentido por si próprias? Li um livro chamado “Aprender a Viver”, em que o francês Luc Ferry cita filósofos ao longo de milênios para descrever a relação humana com a moral, ética e as “propostas de salvação”. Incrível ver o quanto não sabemos e o quanto criamos respostas, historias e ilusões para vivermos. Às vezes, é frustrante. Às vezes, é magnífico. Sempre, incompreensível. Por que não conseguimos ver a realidade tal como ela é? O que é isso que chamamos de “bom senso”? Será que ter “bom senso” é enxergar segundo uma visão comum, compartilhada? Acredito que não, talvez seja apenas assumir que não se entende.


Clarice Lispector, em uma entrevista de 1977, foi perguntada sobre a “nobreza de se escrever”, reproduzo aqui, mais ou menos, o que me lembro:

Repórter:
- Clarice, você acredita que “escrever” é capaz de alterar a ordem das coisas?

Clarice:
- Não altera nada. Escrever não altera nada.

Repórter:
- E por que, então, Clarice, continuar a escrever?

Clarice:
- E eu sei? As pessoas não escrevem para alterar nada, no fundo elas querem mesmo é “desabrochar” para o mundo.

Em São Paulo, existe uma “conversa” forte sobre “trabalho com significado”. Aonde vamos com isso? O trabalho por si só já não carrega seu sentido? Segundo os hindus, “working is worship” (trabalhar é orar). Trabalhar é sagrado por si só. Mas e a nossa “busca genuína”? E o desejo de fazer algo diferente do que é? Não será isso também um ideal “religioso”? Estou confuso. Por que eu citei Clarice? Já não sei de mais nada.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Cara-de-pau

Às vezes me surpreendo com minha cara-de-pau. E como isso é bom.

domingo, 27 de novembro de 2011

O fio que conecta

O penico voltou a ser usado (por uma tia-avó). Ao som do xixi da meia-noite, no quarto ao lado, sinto um fio do passado, de leve conectando-se com o presente. Um ciclo está prestes a se encerrar.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Vir a ser


Tomei uma decisão corajosa. O que é a coragem? Ouvi dizer que é algo que vem do coração. (Silêncio). Na verdade, foi apenas isso mesmo. Na busca por sentidos, muitas vezes acaba-se por dar sentido demais – ao que não necessariamente precisa ou pede. Decidi sair da empresa que estava trabalhando – o Grupo TATA (conglomerado indiano) para trabalhar em uma “start-up” (entende-se um negócio que está começando). Não foi nada demais, como dizia, foi apenas isso mesmo. Todo resto é historia inventada – daquelas que contamos a nós mesmos.

Acontece que comecei a pensar o que leva uma pessoa a tomar suas decisões profissionais. Em geral, muda-se de emprego por um salário maior ou uma proposta melhor (o que, neste caso, inclui aspirações de crescimento pessoal/ profissional). Esta costuma ser rara – as pessoas mudam por dinheiro ou cargo mesmo. Eu não mudei por isso. Mudei por razoes que eu mesmo desconheço.

O trabalho é o veiculo moderno pelo qual as pessoas navegam por seus desejos e sonhos. Muitos deles compartilhados – afinal, tudo que queremos não é por si uma imitação? Deseja-se, em geral, casar-se, ter filhos, uma boa casa e para tudo isso, entende-se: preciso de um “bom” trabalho (em que certa estabilidade está incluída). Não só deseja-se, também se ordena. Primeiro os estudos, daí a casa, o casamento, etc. Esta “felicidade montada” me incomoda um pouco. Ainda não sei exatamente em qual aspecto. Não é que eu pense que nada disso traz felicidade – mas costumo me perguntar se todos são realmente necessários? Se a ordem deve mesmo ser essa: por que não ter filhos primeiro, depois casar, daí estudar?

Com o martelo não bato simplesmente por desejar quebrar. Bato porque vi que o previsível me desinteressava. Estava enfeitiçado pelo “o que existe além?” – qual felicidade ainda está para ser construída? Sinto (vale reforçar que sentir é com o coração) que existem razoes que não vemos nem entendemos. Como em um eclipse eterno, em que Lua cobriria o Sol e ao mesmo tempo não extinguiria a sua existência – então desconhecida da civilização. O intangível do fazer pelo querer, pelo fluxo, pelo fluir que é tão inerente ao ser e tão difícil à razão.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Terras longínquas


E ele voltou! De longe vinha, de terras longínquas. Que idioma lá falavam? Ninguém sabia. Que religião professavam? Ninguém conhecia. Que roupa vestiam? Qual sol batia? Quantos casamentos tinha? Ninguém entendia. E quando não se entende, se cria. Mas a sua vizinhança, esta continuava a mesma! Exceto pelo novo remendo na parede, a nova lanchonete na esquina, os pais um pouco mais velhos e as crianças, que até voz já tinham! E a todos queriam que ele reencontrasse – aquele que lhe ensinou o numero oito, aquele que o vendia as torradas quentinhas, aquela que lhe deu aulas no primário, a que rezava por ele na missa e a lista, longe ia. As perguntas eram da cartilha: onde é mesmo que você foi? E você falava a língua deles? E ao reconhecer que pouco mesmo entenderiam, davam a conversa por encerrada:

- Isso mesmo, não é? Temos que fazer o que nos faz feliz.

Os mais aventureiros, querendo se arriscar, perguntavam: “por que você gostou tanto de lá?”. Bem, vale dizer que estas eram as perguntas na superfície. Embaixo das águas, os tubarões tinham novas perguntas: “por que ele é capaz de gostar de algo que não temos aqui?”, “por que ele não quer o que queremos?” e, talvez, em alguns oceanos – “em que ele deseja nos contrariar?”.

Mas um dia ele trocou as palavras: não se lembrava, “quem é você mesmo?”. A sinceridade foi mais forte do que a vontade de agradar. Verdade é que não soube se segurar. E a senhora – esta que rezava por ele na missa – se sentiu ofendida. E na fúria, atacou: “Fiquei velha mesmo, não é? Como alguém novo vai se lembrar de uma velha?”. Lembra-se sim, apesar de não ser aquele um caso. Mas por um instante algo mais desviou sua atenção – preso ao olhar da senhora, ele não pode, senão, tornar-se ela. E confuso estava. Perguntava-se ‘o que era aquilo’ que ele não entendia. E mais, ‘por que não era capaz de aceitar aquilo que não sabia’.

A vida como ela é

Chegou a idade adulta e era hora de se mudar para a cidade. Enfim, 18 anos. Hora de “crescer” na vida, estudar mais, vir a ser. O corpo alto e magro, discurso direto e real. Capaz de um silêncio perturbador. Mudou-se para a casa dos tios (que já não viviam exatamente no interior – apenas na “periferia” da capital). A convivência era o que se pode chamar de “pacífica”. O menino trabalhava pela manhã, almoçava arroz e feijão, batia ponto na academia de porão do vizinho e à noite ia para a faculdade.

Este era o começo da história que imaginei. Daí, ele saía para estudar – passando pela cozinha e olhos sobre a família, dizia: “Até mais!”. E pensava: “não quero conversar com eles, já que não temos nada a dizer”. Não, um instante. Na verdade, ele pensava: “conversamos mais tarde – apesar de que este 'mais tarde' nunca chega”. Ainda não, refazendo – ele saía para estudar e pensava: “adoro tanto todos eles, gostaria de mais tempo para conversarmos”. Ou melhor, ele saía e pensava o que dizia: “Até mais!". O pensamento pode ser um grande absurdo.

1+1=2

Às vezes tenho a necessidade de responder perguntas grandes do tipo “afinal, o que realmente importa na vida?”. Mas aqui não me refiro às “filosofias”. Quero a prática, ação. Quero medir. Quero saber: afinal, das 24h do meu dia onde eu coloco a minha intenção?

Sinto um incômodo na altura do cotovelo. Um desejo de estalar os dedos – principalmente os polegares. Daí, estalo. E levanto. E como. E ando. E danço. E volto. E a ansiedade continua.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A beleza é relativa

E não é que até “bonito” me acharam? Logo eu, que sempre me vi “inadequado”? Como em Terra de Cegos, quem tem um olho é rei – não posso deixar de concluir que a beleza é uma questão de contexto.

Um ponto na linha


E a festa começava. Mas por que mesmo festejávamos? Celebrávamos uma etapa, um ciclo concluído, um novo andar galgado. Mas essas “etapas” não somos nós mesmos que criamos? Assim sendo, tudo estava quadrado. As crianças entraram para comemorar o fim do quinto ano do ensino fundamental. Hoje tudo se comemora e se encerra mais cedo – parece que a urgência para se “preparar” e “saber” mais (do mesmo) está se intensificando. Quem sabe em 2050 não faremos formatura de crianças de seis anos já na pré-escola? Ou de bebes na saída da maternidade? Olhando currículos? Talvez.

E como eu contava: tudo estava quadrado e caótico. O chapéu preto (cujo nome de registro é capelo) era quadrado, o barulho era caótico. E as professoras, coitadas: jovens, repetiam a cartilha e, confusas, andavam em meio aos príncipes e princesas do ensino fundamental – buscando um olhar para se encontrar, um amigo para se encostar, uma parede para se segurar. O paraninfo, ao entardecer dos seus 25 anos, declamava um discurso de poesia, beleza, amor e liberdade (ou algo neste sentido) aos jovenzinhos de nove e dez anos.

Quanta vida! E tão cedo! Talvez seja por isso que a professora de matemática estava preocupada com os erros no preenchimento de gabaritos dos simulados. O vestibular vem ai, garotada! – parecia dizer.

E a diretora? Essa me emocionou. Sua voz – pouco adequada a uma pessoa que narra um evento ou conta uma história – ecoava de maneira estranha no salão. As famílias, incomodadas com os pequenos detalhes, ao reclamar fortaleciam quem acreditavam ser. E no meio de uma coxinha de frango e uma alfinetada nos erros de gramática da professora de português – estava o olhar de esperança sobre o filho que, inconsciente do sentido do olhar, dançava.

Como uma âncora que traz todos ao chão – ou por vezes leva todos aos ares – chegou a hora de apresentar a turma de formandos da quinta série! A diretora narrava os sonhos de cada um na medida em que as crianças subiam ao palco. Sonho? Não tenho sonho – disse meu sobrinho. Daí inventava um – já que precisava ter. Engenheiros, atrizes, jogadores de futebol – o futuro brilhava nos olhos da platéia, ainda que cansada do calor e do ritual.

Mas vale comentar que tinham também aqueles que, de alegria genuína, festejavam. Felizes. Para eles, uma formatura é apenas uma formatura. E que continue sendo – lavada.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Importando

- Quanto custa?

- O que?

- Aquilo.

- Onde?

- A ideia.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A pergunta projetada

Recentemente uma grande amiga – a quem eu profundamente admiro – me perguntou qual o sentido da vida. (Silêncio). O sentido da vida – ele próprio? Desconheço. Bem, talvez como sugeriu o personagem de Ricardo Darín em “O conto chinês”, a vida seja um grande sem sentido.

E como eu gosto de criar – e tendo a permissão para tanto, criaria: o sentido para vida somos nós que damos. Afinal, o existencialismo não é um humanismo? E a pergunta não seria - ela própria - maior do que qualquer resposta?

Talvez também (ainda criando) este “sentido” seja uma grande projeção. Uma ilusão da nossa mente esperta. Ou talvez não – pode ser que eu, sozinho, seja o iludido.

O segredo matemático

Se o sentido da vida somos nós que damos (ou que criamos), logo – matematicamente – podemos tudo que queremos.

Talvez seja esse nosso “grande” segredo.

Quem sou eu?

I am my hair.







Atitudes para se valorizar

Correr: está aí uma atitude que eu admiro. Valorizo. Uma atitude de "peso". Respeito. E pronto.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Algumas direções na vida


Ando meio desnorteado. A certeza de ter que estar certo tem me esmagado. Como se caminhasse por uma estrada em que tivesse que ter certeza que as calcadas de fato existem. De fato, construí-las. Oh, Deus, e quanto me limita tudo isso? Às vezes gostaria de me dedicar mais a aprimorar meu “coração” para que ele sinta, apenas isso. Para que ele seja o meu radar, guia de mim mesmo e de alguns outros.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A força do argumento

O amigo: para que argumentar?

Outro amigo: Ninguém tem razão mesmo!

Um outro amigo: quer apostar?

domingo, 6 de novembro de 2011

O trabalho perfeito

Quem disse que tem graça em trabalhar? Estou em busca deste des”graça”do! Das cinco da manha às dez da noite, São Paulo parece muito ocupado para me ajudar a encontrá-lo. O padeiro tem que assar o pão. O maquinista acelera o primeiro trem do dia. No salão, a manicure atende as clientes. O contador faz sua “visita de negócios”. O RH finaliza a folha de pagamento. Na indústria, a copeira serve o chá da tarde. Quando eu interrompo:

- Ei moça, para que trabalhar?
- Shhh! Silêncio, senhor. Agora é hora séria, não posso papear.


E assim continua o dia: mais um biscoito feito na fábrica, um satélite enviado ao espaço, um café servido no avião e uma conta de luz chegando a nossa casa.

- Mas moça, a quem queremos enganar?
- Shhh! Silêncio, senhor. Agora é hora séria, não posso papear.


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Qual o sentido da vida?

Em um workshop sobre espiritualidade no Hub Sao Paulo - o Caio Vassao(excelente facilitador!) lembrou uma celebre apresentacao do comediante americano George Carlin (um sujeito que fazia comedias de stand-up).

Achei curiosa e inteligente a postura dele - enquanto todos parecem concordar com uma "verdade comum" de que o homem "esta destruindo o planeta", George indaga "nao somos arrogantes demais para querer salvar o planeta? E pior, achar que nos podemos destrui-lo?"

E Vai alem, pergunta a plateia:

- "Qual o sentido da vida?"

- O sentido da vida e "plastico!" A natureza nao sabia como fazer plastico e criou o homem.

Quem sabe nao estamos indo em direcao a perfeita harmonia do mundo "sacolas plasticas + planeta Terra"?

Sendo “melhor” por meio da leitura

Nos últimos dois meses devorei livros. Mas para que devorá-los? Não sei. Senti que me faltava “substância”. Do pop ao rock, de Ken Robinson a Clarice Lispector, de Alain de Botton a Peter Senge. Passei até pelo new age nas graças de Eckhart Tolle. Será que ao ler, sou mais do que eu era?

Tenho o costume de aperfeiçoar a vida (e quem não tem?). Sonho com o dia em que terei minha biblioteca pessoal em casa, luz baixa, vinho na geladeira e queijo francês no prato. Ah, que dia perfeito! Nesse dia sim, a minha leitura vai me fazer mais do que eu sou. Ou não vai? Por agora fiz um pacto em acreditar que sim. Mas então bate a dúvida: o que eu faço até este dia chegar?

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Sobre foco, paixões e confiança

Tenho pensado muito sobre o que é foco e como mantê-lo. E como alinhar diferentes desejos, não abrindo mão de se explorar “tudo aquilo que se deseja fazer” e ao mesmo tempo não perdendo o foco no presente. Alem disso, sobre como é fundamental cultivar a confiança – como emoção básica para que as coisas possam acontecer.

Talvez o jeito correto de fazer isso seja perceber que, uma vez identificada suas maiores paixões, não precisamos correr atrás delas ao mesmo tempo. E que “abrindo o coração” ao presente, agindo – eventualmente estas paixões voltam a se cruzar na hora certa. Muitas vezes o “nosso tempo” não é o mesmo “tempo do mundo”.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Auroville e a Consciência Divina!

No ano passado, tive a oportunidade de conhecer Auroville – uma cidade no sul da Índia que se define da seguinte forma:

“Auroville quer ser a cidade universal em que homens e mulheres de todos os países possam viver em paz e progressiva harmonia acima de todos os credos, todas as políticas e todas as nacionalidades. O propósito de Auroville é realizar a unidade humana.”

Centro de meditacao no centro de Auroville: uma bola de ouro com um cristal no centro!

Entre outras coisas, Auroville buscar ser “uma cidade que não pertence a ninguém e em que todos são servidores da consciência divina” e “um lugar em que a educação nunca acaba; o aprendizado é eterno e a juventude jamais envelhece”.

Interessante, não? E na pratica, como funciona?

Este ano, a convite da Ira – uma amiga do Cazaquistão - pude retornar a Auroville para passar três dias! E que aventura! Alugamos um taxi para os três dias (bem barato, saiu um total de 100 reais por pessoa!) e saímos no ultimo sábado de manha bem cedo (5h) de Bangalore e chegamos às 12h em Pondicherry – uma ex-colônia francesa na costa leste da Índia – de frente para o Oceano Indico. Um almoço reforçado, um banho de mar e estávamos prontos para desbravar Auroville.

Um taxi e um time: pronto para a largada ;)

Para isso, primeiro precisa achar Auroville! Tarefa difícil já que os indianos não sabem bem onde fica, os que conhecem indicam uma tal de “Auroville Beach” (Praia de Auroville). E a verdade é que a cidade fica no meio de uma floresta! Vai tentar achar a entrada da floresta ;)

O plano de construcao de Auroville: o formato de uma Galaxia!

Na hora que encontramos já era noite e não dava mais para ver nada. Acende ai a lamparina e vamos embora no meio do mato! Ao chegar em um “tipo de cozinha comunitária” no meio do matagal, fomos recebidos por israelenses, ou melhor, “aurovilianos” – é assim que se chama quem mora em Auroville.

Meu "quarto" na arvore!

Umas cinco famílias israelenses dividem o espaço em uma comunidade chamada “Ever Green”, cada um tem sua casa e todas compartilham banheiros (todos ecológicos, com vasos ecológicos e abertos ao céu!), cozinha e energia (tudo energia solar!). Não são exatamente “casas” convencionais – são casas na arvore! E meu quarto, inclusive, tava me esperando la em cima a uns 10 metros de altura!

Energia solar abastece a comunidade! Tem que economizar, senao acaba...

Vale dizer que em Auroville o conceito de “comunidade” prevalece. São em torno de 2000 pessoas do mundo todo que “decidiram” e depois de um período de “teste” foram aceitos para morar em Auroville – passando a receber o direito de residência fixa na Índia. Mas para isso, os gringos precisam antes “provar” seu compromisso com a consciência divina. Eita que vamos la descobrir que consciência é essa!

O banheiro ecologico aberto para o mato!

Depois da primeira noite na “casa na arvore”, tive que aprender a rebolar com os insetos e a “vida na natureza”. Baratas na minha toalha me fizeram jogar a linda toalhinha amarela da minha mãe la de cima da arvore no meio do matagal, fora os milhões tipos de insetos, escorpião, sapos...que volta e meia apareciam. Na hora do banho – que beleza! O chuveiro é aberto para a floresta! Uma lua linda, um sapo do meu lado e um banho frio no mato escuro.

O estado de Tamil Nadu (onde Auroville fica) é um inferno na Terra. Quente, úmido e abafado! Parece que tocaram fogo debaixo do solo. Suando o dia inteiro, passamos nossos dias visitando a comunidade – fomos a um “café – almoço” organizado por uns holandeses, australianos e indianos; tomamos um café da tarde no “La Terrace”, ponto de encontro “cool” da cidade. La conhecemos uma americana de 63 anos, que há quatro anos se tornou “auroviliana”. Estávamos num papo cabeça sobre “o que é um ideal e como ele pode ser construído em grupo?” e “o que é ser ‘aurovilano’?”, quando ela, da mesa ao lado, interferiu na conversa para dizer que era absurdamente feliz e realizada em Auroville e nos convidar para a peca de teatro em que ela atuava!

“Descobri inclusive que posso ser atriz!” – Nos disse.

Peca de teatro em Auroville!

E la fomos nos na peca de teatro no meio da floresta! A peca durou 2 horas e meia e explorava a questão da repressão da mulher nos casamentos – típico na Índia rural. La encontramos uma família de espanhóis que há 15 anos vive em Auroville! Eles os convidaram para um café da manha na comunidade deles no dia seguinte (que foi, por sinal, para la de agradável). Esta família é composta pelo marido (ex empresário da indústria do café), a esposa (em seus 40 anos, que passou a juventude como guia de esqui na Argentina!) e duas crianças (que falam catalão, espanhol e inglês como nativos).

Essa questão das línguas e das crianças é bastante interessante em Auroville. Imagine seu filho crescer em uma floresta, em que ele pode explorar tudo livremente, a “biologia” ta ali ao lado – as crianças filhas do espanhol, por exemplo, acharam um escorpião (que bicho horrível!) no chão da varanda e decidiram manter (na maior naturalidade do mundo) o escorpião num vidro, para estudarem melhor o animal! No outro aquário, vários filhotes de sapo! Os filhos dos israelenses são para la de inteligentes! Constroem telhados nas casas das arvores, cuidam dos cavalos, espantam os gatos – a floresta permite que eles criem um mundo de fantasias!

Criancas aurovilianas expulsando o gato do telhado!

Fora isso é uma comunidade internacional, então os filhos do holandês brincam com os de Israel, que brincam com os americanos, que brincam com os indianos... Nas escolas, eles têm as aulas mais variadas o possível – já que Auroville também tem uma visão para la de “inovadora” sobre o ensino. Resultado? Vi crianças muito inteligentes, bem informadas e maduras! Incrível uma criança de 5 anos conversar no nível que eles conversam, parecem adultos com um espírito de porco (como dizia minha avo, hahaha).

Auroville acabou sendo mais uma experiência bacana na “Incredible India”. Mas será que eu acredito no ideal do guru que “ilumina” a visão dos aurovilianos? Será que existem mesmo ideais a para serem acreditados? O quanto do mundo eu mudo pelo jeito que eu olho? O quanto eu mudo pelo jeito que eu ajo?

Fogos e meditacao as 5h da manha para comemorar o nascimento do Guru Sri Aurobindo

Auroville em construcao - muito ainda por ser feito!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

A ação desperta

‎"As modalidades do fazer desperto são: Aceitação, Satisfação e Entusiasmo. Cada uma representa uma certa frequencia vibracional de consciência. Você precisa estar vigilante para assegurar que pelo menos um deles opera sempre que você está engajado em fazer qualquer coisa. Das mais simples tarefas às mais complexas."

Eckhart Tolle

O Poder da vulnerabilidade

Recentemente assisti a uma palestra no TED Ideas Worth Spreading sobre o poder da vulnerabilidade. A palestra foi oferecida por uma pesquisadora (Brene Brown) que trabalha com vulnerabilidade, coragem, autenticidade e vergonha. Em 10 anos de pesquisa ela tem tentado entender como nós aprendemos a "abracar" nossas vulnerabilidades e imperfeicoes de maneira que nos engajamos com nossa vida a partir de um ponto de autenticidade e senso de valor proprio? Como cultivamos a coragem, compaixao e conexao que precisamos para reconhecer que somos "o bastante" - que somos dignos de amor, "pertencimento" e alegria?


Entre as ideias "poderosas" que ela deixa é a de que nao é possivel viver de coracao "aberto", sincero e completo se nao passamos por vulnerabilidade, duvida e erros. Ja havia lido uma ideia semelhante a esta, no livro "As Consolocaoes da Filosofia", em que Alain cita Nietszche para questionar se: sera que da raiva pode surgir o amor? Da tristeza possa surgir a alegria?

Por que nos limitamos a pensar que o é "bom" so pode surgir de algo "bom" e o que é "ruim" so pode dar origem a algo "ruim"?

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O retorno a Asia

Como e bom estar de volta, não e? Depois de 7 meses em São Paulo, que muitas vezes mais me pareceu um inferno na terra. Talvez não exatamente um inferno, mas em alguns momentos me senti como se estivesse preso. Talvez preso em idéias, talvez preso em um contexto. Mas fato era: muitas vezes sentindo que não estava me comportando da forma como eu realmente sou. E como isso me incomoda profundamente. E fico feliz que me incomoda porque mostra uma das minhas maiores preocupações, e por tabela, qualidades: a de buscar ser quem eu sou. E como e bom ser quem você e, comunicar o que você pensa, dizer ao mundo o que você tem a dizer, agregar de uma forma única.

De passagem por Londres, a impressao de ser uma cidade autentica e humilde.

Estou de volta à Índia. Depois de morar 1 ano aqui, eu desenvolvi uma conexão profunda com esse pais que não consigo explicar em palavras. E qualquer razão que eu de vai parecer superficial ou incapaz de dizer o todo. A Índia continua suja, caótica, difícil para se viver, complexa,...mas sempre viva, forte, cheia de energia e autencidade. Talvez por respeitar tanto essas qualidades e por elas ressoarem tão bem em mim, sinto como se estivesse em casa.

Reconectando!

Na Índia, quando se e estrangeiro e muito comum ser observado o tempo inteiro na rua. As pessoas param para te olhar, reparar seu jeito "estranho" de se vestir, de caminhar, de pentear o cabelo. Dessa vez, já nem mais olham para mim. Me senti de verdade misturado ao todo. Nao moraria o resto da vida na Índia, mas nesse momento sinto que devo estar aqui.

Meninas da AIESEC Bangalore mostram como e que se veste um saree de qualidade!

Na minha primeira semana aqui tenho passado pelos mesmos problemas que tive em 2009 quando fui morar em Mumbai. Não tenho telefone (e como e difícil conseguir um!), não consigo digerir a comida, a cada duas ruas já estou perdido, o banho (de balde), a água tem gosto estranho, moro longe para caramba da cidade...mas são todos problemas que eu sei que vão passar. Uma coisa que a Índia me ensinou e que vou guardar para sempre e a idéia de que nada dura para sempre. Eu acho esta idéia muito poderosa, forte e verdadeira: coisas boas ou ruins, problemas ou alegrias, pessoas ou países - tudo e impermanente, muda o tempo todo e não dura para sempre. Essa percepção me traz alivio para lidar com momentos difíceis, representa humildade diante de algo maior do que quem somos e me empurra para viver intensamente cada momento.

Pode parecer besta (apesar de não ser), mas tem uma cantora que em todas as entrevistas que eu vejo dela, fico admirado com sua ambição, determinação, capacidade de foco, de sonhar e de viver o que ela projeta. Fora o apelo sensual que a primeira vista ela traz, as entrevistas mostram uma pessoa madura. Estou falando da Beyonce. Tirando o ruido que a midia causa na imagem dela, ainda assim: a clareza que ela demonstra em relação ao que ela quer, ao que ela sonha, a ambição de pensar que e possível e não aceitar “nãos” , a certeza de que existem muitas coisas alem do que a gente conhece e de que as coisas podem ser “de muitas maneiras que jamais pensamos que poderiam” e uma essência de quem faz o que quer, que sabe a hora certa e tem foco para sustentar o tempo correto.

Em uma entrevista irada para a TV americana, ela lança uma ideia que vale muito a pena:

“Eu estou aprendendo como reduzir aquele ‘ruido’ constante que tem sido uma parte inseparável da minha vida. Não tenho que provar nada a ninguém. Tenho apenas que seguir meu coração e me concentrar no que eu quero dizer ao mundo. Eu mando no meu mundo.”

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Crescendo dia a dia

Ha um bom tempo tenho me questionado bastante sobre ter um perfil sonhador, idealista X capacidade de realizacao pratica, mundo do "pe no chao". Sempre fui um cara que jogava tudo para o alto para fazer aquilo que mais gostava, levando um pouco com a barriga as "coisas mais chatinhas", menos queridas.

Mas nem sempre o que mais gostamos e a prioridade - alias, raramente e. Isso, falo, no mundo corporativo, em que funcoes sao bem especificas ao mesmo tempo em que as pessoas sao cobradas pela visao do todo, em que inovacao e estimulada - mas como bem li em um artigo, estimulada desde que voce trabalhe nela depois das 23h =)

Tambem sempre quis fazer 29483289 de coisas ao mesmo tempo, tudo me interessava e tudo eu fazia, e acumulava. Quer dizer, fazia mesmo?

Essa questao de foco, praticidade, priorizacao tem batido muito dentro da minha cabeca nos ultimos tempos. Entendi que quero sim sonhar, idealizar e fazer o que eu gosto. Entendi que ser idealista e positivo. E justamente por isso, para realmente realizar, preciso focar, priorizar e ser pratico.

Comecei revisando minha agenda e a forma como dou follow up nas atividades que estou me envolvendo. Tambem comecei a priorizar com base na visao global do "onde quero chegar" - o que eu faco contribui para onde eu quero chegar? o que eu faco e legal, ok...mas deve ser feito agora? O que eu faco e urgente?

Estou criando problemas para mim mesmo so porque "quero fazer isso dessa forma"?

Parece que estou comecando a entender que realizacao, alem de sonhos e ideais, tambem tem muito a ver com foco e disciplina.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Novos ares em Sao Paulo

Uma nova diretora de RH chegou na empresa em que eu trabalho e trouxe para mim exatamente o que eu precisava profissionalmente: a job description que eu sempre sonhei e ao mesmo tempo, me mostrou as lacunas do meu perfil que eu preciso desenvolver. E acredito que esta seja uma grande oportunidade de crescimento!

No trabalho, ficou definido que eu vou trabalhar com cultura organizacional (envolvendo comunicacao interna, programa de reconhecimento, engajamento de colaboradores e acoes de responsabilidade social) e com gestao de talentos (avaliacao de performance e programa de high performance p/ sucessao de liderancas e de melhoria de performance para funcionarios com notas de desempenho e potencial baixos).

Nas lacunas, listamos que preciso focar em:

* Balancear minha energia. "Nao se trata de nadar 50m acelerado, aqui e uma maratona!" O que me da energia? O que me tira energia? Como manter a energia como em uma maratona?

* Capacidade de priorizar ideias e planos: o quem vem primeiro? Estamos fazendo o basico? Dai o que seria intermediario? ..."Boas ideias na hora errada significam menos do que ideias medianas na hora certa"

* Praticidade: plano feito, o que da para fazer de pratico?

* Objetividade e assertividade: do que exatamente voce precisa? Como eu posso te ajudar? Colocar ideias claras e ir direto ao ponto

* Atencao a detalhes, foco na excelencia: como poderia ser melhor?

E a master competencia social que venho estudando ha um bom tempo - A Autencidade.

Esta tem relacao com ser voce mesmo e expressar sua essencia.

Neste sentido, alguns comportamentos devem ser reforcados:
* Auto respeito
* Fe nos proprios valores e crencas
* "Agir direito" com as pessoas
* Positividade: ver o melhor lado
* Generosidade
* Confianca: abertura da mente e do coracao
* Energia: vamos comecar?
* Entusiasmo/interesse: zelo pelo vida e por tudo que ela contem
* Atencao: um bom dia, um cafe, um aperto de mao...
* Gentileza: tratar o outro com amor e respeito, sendo capaz de ver a bondade no outro
* Inteligencia: capaz de dar apoio, respostas,conselhos e orientacoes
* Bom humor


E outros devem ser evitados:
* Mudar comportamentos pelo desejo de ser aceito
* Manipular pessoas

domingo, 17 de abril de 2011

O que eu posso e o que eu nao posso abrir mao?


Se tem algo que São Paulo sabe gerar muito bem são grupos diversos de pessoas que se interessam por assuntos diferentes e se reunem para discutir de maneira inovadora seus interesses. O Novo olhar é uma rede de pessoas interessadas em trazer novas perspectivas sobre a nossa relação com o nosso trabalho e o que entendemos sobre auto-realização.

Ontem fui a um workshop deles chamado “Networking Saudável” e logo na abertura uma questão: o que eu posso e o que não posso abrir mão para a minha auto-realização? Entre dinâmicas e discussões de grupo, passamos 3 horas entre pessoas de ONGs, empresas, autônomas,...todas em busca de uma idéia mais concreta de como elas podem se realizar e contribuir para uma sociedade e ambientes de trabalho melhores.

Eu sempre fui muito interessado por assuntos de desenvolvimento humano e sempre achei as discussões muito vagas também. Mas discutir personalidade, desejos, realização...só pode ser subjetivo. E como bem disse a Rita (facilitadora do grupo de ontem): “fugindo do malabarismo das palavras, vamos trazer um contraponto concreto para ancorar nossas idéias no chão, em ação”. E daí os exemplos de auto-realização surgiram e foram o melhor do networking!

Em especial o do fundador do Instituto Visão Futuro no Brasil, que falou de maneira bem humorada da história dele e do ambiente de trabalho no Instituto: “Outro dia um rapaz que trabalha com a gente veio para mim reclamando que a vida dele fora do trabalho estava tão conturbada, família,...e quando ele chegava no emprego se sentia mais leve – existe algum lugar em que vocês trabalham que seja assim?”. Ele também deu dicas e trouxes idéias novas como a de que devemos saber quando devemos preservar, ser polêmicos ou dialogar para que sejamos transgressores.

Entre algumas idéias poderosas que foram levantadas está a de que auto-realização tem muito a ver com as “histórias que nós contamos para nós mesmos” e que abrir ou não abrir mão de pensamentos pode potencialmente mudar nossa visão de mundo.

Ao final, uma menina em dúvida levantou a questão: “qual então deve ser o primeiro passo para a auto-realização?” O grupo concluiu: ter um senso de propósito maior (o que pode ser mais útil para o outro?), começar a dizer EU (eu sinto, eu percebo...) e não abrir mão do seu eixo – ser pioneiro vai causar polêmica.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Novas e velhas ideias

Eu sempre fui uma pessoa muito sonhadora, na crenca de que o sonho colore nossa vida. Os meus sonhos me dao esperanca e forca para viver e entender que ate as dificuldades tem seu papel para que o grande desejo se concretize. Afinal, o que somos nos sem os sonhos? E se nao fossem dificeis, seriam mesmo sonhos?

Essa ideia tem ganhado peso na minha vida aqui em SP. Como ja escrevi em outros posts, trabalhar aqui e profissionalmente enriquecedor e, ao mesmo tempo, duro. Nao tem como fugir da realidade de que SP e o centro economico do pais e, assim, tem muitas empresas e muita gente diferente por aqui. Nao sei se tenho ficado mais durao (talvez nao seja essa a palavra), mas tenho certeza de que estou ficando mais maduro.

Entre novas ideias, 3 delas que sao velhas e ja estavam presentes em reflexoes anteriores:

*Focar nas pessoas e coisas que valhem a pena.

*Que bons e maus momentos nao sao completos em si proprios, eles sempre fazem parte de algo maior.

*Temos limitacoes e a vida esta cheia delas.

sábado, 5 de março de 2011

A atitude "pe no chao" e o Mundo de Bobby

3 meses em Sao Paulo!

2010 e 2011 sao anos que ja tem caras diferentes, apesar de complementares para mim. As aventuras e o caos da India em 2010 deram lugar a uma vida mais quadrada no meio do concreto de Sao Paulo. Tenho aprendido coisas novas e "apanhado" bastante nesses meses iniciais aqui.

Passei a dividir um apartamento com outras duas pessoas - eu fiquei com o menor quartinho de todos - o que seria da empregada. Num cubiculo que vale a pena pela localizacao - numa esquina com a Avenida Paulista, a rua que simboliza o coracao dos negocios no Brasil. O aperto vale a pena na maioria das vezes pois estamos a dois passos do metro e de ruas com supermercados, eventos, bares, livrarias, shoppings, empresas,etc...o que me faz evitar as jornadas diarias de milhoes de paulistanos brigando contra o tamanho da cidade.

Voltei para trabalhar com RH no escritorio brasileiro da Tata. A expectativa que os indianos tem do meu trabalho e que ele ajude a trazer algum alinhamento entre o que a matriz faz na India e o que e feito no Brasil em Recursos Humanos. Tarefa dificil, mas que em Mumbai me pareceu um desafio excitante e uma oportunidade de me reconectar com meu pais e ganhar dinheiro na metropole nacional. Por ela deixei de lado alguns sonhos de viajar mais pela Asia enquanto tenho 20 e poucos anos, de trabalhar com negocios sociais ou no terceiro setor.

Seria o ideal de acontecer se as coisas fossem perfeitas, mas a realidade e um pouco diferente. A India (e os bons anos na AIESEC) me ensinaram a sonhar e correr atras dos meus sonhos. As experiencias que tive sempre me diziam "voce e capaz de fazer o que quiser, seus sonhos devem ser vividos afinal so se tem uma vida para vive-los"...mas a realidade dura de Sao Paulo me fez refletir sobre algumas outras verdades ou pelo menos alguns outros lados da mesma moeda.

Quando cheguei me senti um pouco sozinho, ao mesmo tempo em que as ruas estavam cheias pareciam vazias de pessoas. Meus colegas de casa viviam cada um em seu "mundo de Bobby", com seu trabalho, seus namoros, seus amigos, muitas vezes cada um enfurnado no seu quarto. Na empresa em que eu esperava realizar meu desafio de alinhar duas culturas diferentes e trabalhar modelos de gestao de recursos mais eficientes, tive as minhas ideias e sugestoes de mudanca indo agua abaixo. Passando por uma reestruturacao, o RH perdeu muitas pessosas, acumulou funcoes e nao tinha in place seus processos mais basicos.

Diante dos erros, minha postura foi oferecer ajuda para mudar. Passei a rever alguns processos e apontar possiveis melhorias, com preocupacao de me mostrar agradavel aos outros e entendendo que mudar nao e facil. Entretanto, nada parecia ser aceito ou possivel de ser implementado. Os modelos da matriz eles nao acham cabiveis,a revisao dos processos mal estruturados perde espaco diante da urgencia de "se fazer dinheiro agora" e existem dificuldades de alinhamento de cultura Brasil X India (e nao Brasil + India). Entre algumas verdades e outras tipicas resistencias a um processo de mudanca, percebi que minha vida nao seria facil.

Sendo uma consultoria, enquanto eu parecia me preocupar em rever as competencias de todos os funcionarios para dar base de informacao a equipe de vendas para saber o que ofertar em novos projetos, minha chefe me chamava atencao para o processo manual de faturamento, enfatizando: "comece a imprimir todos os emails que te enviei e em seguida te explico o processo de grampear as folhas". Oi? Enquanto eu queria educar os gestores a usarem o sistema online para evitar trabalho manual, minha chefe enfatizava: "O sistema online esta todo errado, nossa prioridade e faturar". Oi? Percebi que realmente minha vida nao ia ser facil.

Com todas minhas propostas de mudanca sempre limitadas por inumeras barreiras, somado ao custo de vida alto da cidade, comecei a me achar ingenuo em sonhar com aquele papo de um agente de mudanca positiva na sociedade. E uma questao veio se instalando na minha cabeca: ser pe no chao X sonhar.

Com as dificuldades no trabalho, percebi que a abordagem precisava mudar e que mesmo sendo agradavel por vezes ou questionador por outras, meu papel era limitado dentro da organizacao. Cabe a mim como junior sugerir a gestao algumas tendencias e possiveis acoes, mas cabe a eles aceitar ou nao a implementacao. O mesmo em relacao a cidade, SP e grande demais e muito segmentado em perfis de pessoas, grupos, comunidades. Nao farei parte de todas, tenho que enfim encontrar "minha turmar". Essas ideias me fizeram refletir que temos limitacoes ou como bem disse a revista Vida Simples, as escolhas trazem consigo castracoes.

Hoje, com a cabeca vagando entre questoes financeiras, poupanca, contas a pagar, aposentadoria, familia...e viagens que sonho fazer, projetos que sonho realizar, grupos que sonho me envolver, paises que sonho visitar...pe no chao versus sonhar, um novo olhar sobre minhas limitacoes e meus potenciais parece comecar a ganhar seu espaco.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Cities have their own life

How cities can bring out the best of you? Does the place you live influence that much on who you are?

May it be coastline towns or big cities, we develop some strong relationships that go beyond the power of our words. In the past days, weeks, months,...I have seen pictures of places I have lived and they have brought me a great feeling of connection to humankind...to a sense of belonging to something greater...

When people come together, when the cities touch the nature, when the cultures influence the rules around....a unique place can come alive.

Thankful to the uniqueness of these places and the happiness that sinked into me by passing by them, some pictures to be shared...

Indian traditional saree shines its colors on the roads of Mumbai


Dust, crowd and the duty to find urself a place in the daily city life


When the sunset hits Mumbai, like in a Bollywood movie, romance comes along the marine lines


Boats come and leave the shores of south India


Christ the Redeemer rises above the clouds of Marvelous Rio de Janeiro


Sunlight brings in life, joy and beauty along Ipanema Beach in Rio


Surf and sunset in rio: a day comes to an end and the idea in mind of how short and beautiful ur days can be


Youth from across the globe come to prayers and dances at Sacre-Coeur Church over the hills, watching down the sunset and the lights of Paris bringing in a new daylight into the night.


A "new" type of desert is in place - sand has turned into cement and horizon cannot be reached on a day-by-day life in Sao Paulo


1 yr old child runs along thousand years old temples in Cambodia


How long will last our life? - a thousand years old temple fades away into the forests of Cambodia

Travelling is also spirituality.