segunda-feira, 18 de julho de 2011

O retorno a Asia

Como e bom estar de volta, não e? Depois de 7 meses em São Paulo, que muitas vezes mais me pareceu um inferno na terra. Talvez não exatamente um inferno, mas em alguns momentos me senti como se estivesse preso. Talvez preso em idéias, talvez preso em um contexto. Mas fato era: muitas vezes sentindo que não estava me comportando da forma como eu realmente sou. E como isso me incomoda profundamente. E fico feliz que me incomoda porque mostra uma das minhas maiores preocupações, e por tabela, qualidades: a de buscar ser quem eu sou. E como e bom ser quem você e, comunicar o que você pensa, dizer ao mundo o que você tem a dizer, agregar de uma forma única.

De passagem por Londres, a impressao de ser uma cidade autentica e humilde.

Estou de volta à Índia. Depois de morar 1 ano aqui, eu desenvolvi uma conexão profunda com esse pais que não consigo explicar em palavras. E qualquer razão que eu de vai parecer superficial ou incapaz de dizer o todo. A Índia continua suja, caótica, difícil para se viver, complexa,...mas sempre viva, forte, cheia de energia e autencidade. Talvez por respeitar tanto essas qualidades e por elas ressoarem tão bem em mim, sinto como se estivesse em casa.

Reconectando!

Na Índia, quando se e estrangeiro e muito comum ser observado o tempo inteiro na rua. As pessoas param para te olhar, reparar seu jeito "estranho" de se vestir, de caminhar, de pentear o cabelo. Dessa vez, já nem mais olham para mim. Me senti de verdade misturado ao todo. Nao moraria o resto da vida na Índia, mas nesse momento sinto que devo estar aqui.

Meninas da AIESEC Bangalore mostram como e que se veste um saree de qualidade!

Na minha primeira semana aqui tenho passado pelos mesmos problemas que tive em 2009 quando fui morar em Mumbai. Não tenho telefone (e como e difícil conseguir um!), não consigo digerir a comida, a cada duas ruas já estou perdido, o banho (de balde), a água tem gosto estranho, moro longe para caramba da cidade...mas são todos problemas que eu sei que vão passar. Uma coisa que a Índia me ensinou e que vou guardar para sempre e a idéia de que nada dura para sempre. Eu acho esta idéia muito poderosa, forte e verdadeira: coisas boas ou ruins, problemas ou alegrias, pessoas ou países - tudo e impermanente, muda o tempo todo e não dura para sempre. Essa percepção me traz alivio para lidar com momentos difíceis, representa humildade diante de algo maior do que quem somos e me empurra para viver intensamente cada momento.

Pode parecer besta (apesar de não ser), mas tem uma cantora que em todas as entrevistas que eu vejo dela, fico admirado com sua ambição, determinação, capacidade de foco, de sonhar e de viver o que ela projeta. Fora o apelo sensual que a primeira vista ela traz, as entrevistas mostram uma pessoa madura. Estou falando da Beyonce. Tirando o ruido que a midia causa na imagem dela, ainda assim: a clareza que ela demonstra em relação ao que ela quer, ao que ela sonha, a ambição de pensar que e possível e não aceitar “nãos” , a certeza de que existem muitas coisas alem do que a gente conhece e de que as coisas podem ser “de muitas maneiras que jamais pensamos que poderiam” e uma essência de quem faz o que quer, que sabe a hora certa e tem foco para sustentar o tempo correto.

Em uma entrevista irada para a TV americana, ela lança uma ideia que vale muito a pena:

“Eu estou aprendendo como reduzir aquele ‘ruido’ constante que tem sido uma parte inseparável da minha vida. Não tenho que provar nada a ninguém. Tenho apenas que seguir meu coração e me concentrar no que eu quero dizer ao mundo. Eu mando no meu mundo.”

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