terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Há Momentos

Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.

Clarice Lispector

sábado, 23 de janeiro de 2010

BBB e a moral do dia

Hoje tava assistindo pela internet o Big brother 2010. Como aqui não tenho acesso a televisão, muito menos a globo. E como eu adoro o Big brother, tinha que achar um jeito de ver porque a joseane foi eliminada, qual o perfil dos participantes, qual a tirada do dia do Bial,...

O Big Brother é um dos meus programas prediletos, o perfil das pessoas é mostrado de forma tão crua...e eu adoro analisar perfis, supor comportamentos, tentar prever...para mim é uma grande diversão.

E essa versão tá ainda mais legal, as apresentações de cada um no programa inicial mostra várias pessoas que adoram aparecer, se mostrando de maneira tão crua...que te faz pensar sobre suas próprias características e como você se mostra...Filosófico, não?

Pois é, isso cabe bem no meu ano. Há dois meses morando na Índia, uma das coisas que mais me sinto tentado a fazer é me conhecer melhor...e nossa, como são tantas as oportunidades de se conhecer melhor!

Acho que em geral, quando se está feliz a gente se conhece melhor, porque a tendência é simplificar a forma como você enxerga suas qualidades e defeitos...quando a gente tá triste, a tendência é exagerar defeitos e exagerar qualidades. Prefiro simplificar.

E como é bom ter defeitos e qualidades! E como é bom discutir com outras pessoas, não concordar, brigar...e em outras vezes aceitar, se sentir incluido. É bom ser duas coisas ao mesmo tempo.

E melhor ainda é saber que você pode ser essas duas coisas.

Dou um exemplo. Eu adoro gente estilosa, usar cachecol, oculos com o aro preto, botas bonitas, corpo em forma, saudável...formas de se vestir que são pessoais, que tem um toque individual, diferente...mas ao mesmo tempo quem me conhece sabe que passo o dia com a roupa dormida, sou capaz de ir em um casamento vestido desse jeito, tomar banho só se tiver que sair...se arrumar dá um trabalho...

É bom ser você mesmo e se sentir bem sendo quem você é...até quando você aceita que não consegue aceitar algo...dou outro exemplo, como é engraçada a nossa relação com o corpo.Nunca está bom do jeito que está e sempre acreditamos que pode melhorar.

O Alain de Botton, un autor que eu adoro, uma vez disse como as pessoas se sentem inconfortáveis sendo quem elas são, estranhas no próprio corpo...para complementar: como é legal aceitar que você, por vezes, se sente inconfortável sendo quem você é...

Adoro um comportamento da minha amiga Dani araujo...quando ela tá de mau humor, tá de mau humor para todo mundo, não importa se você tem a ver com a história que deixou ela de mau humor ou não. E ela assume isso de maneira tão crua, como se dissesse: não tô bem hoje, algum problema com o fato de não estar bem?

Nenhum, Dani. Adoro não estar bem hoje e estar bem no dia seguinte.

Realmente. Como é bom criar frases que só você fala, se sentir inseguro e depois se sentir acolhido. Ser egoísta e não querer dividir. Como é bom ter idéias e dar idéias. Como é bom dançar. E como é melhor ainda bater boca com o vizinho que dá festas até de madrugada...como é bom chamar a atenção...como é bom julgar e depois se confundir no próprio julgamento...como é bom é ter amigos e ter inimigos...

Bom é não ter certeza de nada e querer sempre saber mais sobre si próprio.

Vou continuar assitindo o BBB!

sábado, 16 de janeiro de 2010

Nossa casa ;)

Uma das partes mais legais da experiência tem sido a convivência com os meus colegas no nosso flat. Moramos em um apartamento em um bairro chamado Andheri West em Mumbai.

Nosso prédio

O apartamento em si não tem nada além das camas, armários e da gente. Parece que o antigo morador carregou tudo, desde o gás da cozinha até a fechadura interna da porta! A localização do apartamento é boa, o bairro é bom, cheio de restaurantes, shoppings e prédios mais bonitinhos.

Vista da varanda

Falo isso com certa experiência de caso. Tive que procurar apartamento, visitei dois. Cada um para 4 pessoas com 2 quartos. Moravam indianos e eu (se fosse morar lá) teria que dividir uma cama de casal com um indiano um ano inteiro, o cabo da internet tinha que ser revesado e o banheiro é daquele estilo de cócoras! Fora que os prédios eram feios de doer.

Vaso é um buraco no chão e...

...baldinho para lavar a bunda

Decidi ir morar com os gringos. Somos em 8: Timo (Finlândia), Vishal (Nova Zelândia/ Ilhas Fiji), Cristian (Alemanha), Harsha (Sri Lanka), Ada (Polônia), Ira (Casaquistão), Ashlee (Canadá) e eu (Brasil).

Formamos uma grande família, super bem entrosada. Morar com eles é uma grande diversão. Compartilhamos tudo, das dores de barriga aos almoços e passeios juntos Outro dia o Timo me ligou no trabalho para me perguntar qual era a marca do bolinho de chocolate que tinha comprado e se era gostoso. Vê se não é uma família?

As estrelas de bollywood moram pertinho daqui. Outro dia saimos para correr no parque e acabamos foi correndo junto dos indianos atrás de um trio passando pelas ruas com os atores promovendo um novo filme Dulha Mil Gaya (Você conseguiu um noivo!).

Estréias em Bollywood!

O Timo (Finlândia) é um cara super relaxado. Da riqueza de Helsinki e de um país de loiros com 5 milhões de pessoas ele veio morar em Mumbai (uma cidade que só ela tem 20 milhões, ou seja, 4 vezes a população do país dele). Imaginar a Finlândia e a Índia parece que é olhar para dois extremos, cada um em uma ponta. Ele veste uma capa de quem não liga para nada, tudo tá tranquilo. Na hora de discutir as contas da casa, de tomar uma decisão com a cabeça no lugar ou de contar uma história engraçada é só chamar o Timo. Todo durão e racional esconde o lado de quem desenha maravilhosamente bem, lê vários livros e é um sentimental de carteirinha.

Timo

A Harsha é simplesmente uma figura. Uma baixinha falante do Sri Lanka, amável. Passa o dia rindo e contando dos ensinamentos de Lorde Buda, do Sri Lanka e do dia em que ela bateu na cara do amigo de escola que tentou beijá-la no rosto. De uma família e um país bem tradicionais, os amigos dela não podem nem saber que ela mora com outros homens. Ela tá arriscada a não conseguir um casamento e perder o total respeito deles.

O Cristian é um alemão de carteirinha. A primeira vista de poucas palavras, durão, beberrão de cerveja. Mas quebrar essa barreira e engatar um conversa revela um cara super sensível, preocupado com os outros e extremamente consciente das coisas que acontecem ao redor dele. Ele veio para Índia apaixonado por uma indiana que morou na Alemanha e chegando aqui os dois tem enfrentado maus tempos pelas atitudes dos pais dela. Na Índia, uma idéia bem comum é a de que os indianos não devem namorar sem casar, outra é a de que não devem se casar com estrangeiros. Ou seja, os dois estão separados pela vigilância dos pais da indiana e, pela internet e chamadas escondidas no telefone, vivem um caso digno de novela das 8.Planejando o dia em que ela vai fugir com ele para o exterior.

Vishal, Harsha, Cristian, eu e Timo

O Vishal é uma figura. Nascido em Fiji (umas ilhas perdidas no Oceano Pacífico), ele e sua família imigraram para Nova Zelândia. Ele tem 22 anos de idade e veio aqui trabalhar em uma ONG com projetos contra o aquecimento global. Mas desistiu logo na primeira semana. Declarou que não gosta da Nova Zelândia e está de férias na Índia. E é assim que ele passa os dias cuidando dos cachos do cabelo, comprando roupas indianas em shoppings, curtindo as noites de Mumbai, os amigos indianos e os filmes/ estrelas de Bollywood. Ele aprendeu hindi assistindo aos filmes! E fazer tietagem com as estrelas do cinema é com ele mesmo. Ontem fomos um bar-boate super estiloso frequentado pelos atores, diretores e modelos de plantão. Imagina a gente na tietagem com os artistas. Vishal estava numa felicidade impagável.

Vishal e sua obra de arte: a revolta do meu cabelo!

Ashlee é uma canadense de um beleza digna de Hollywood. Com a voz suave e de forte presença, é só ela começar a falar que todos param para ouvir e admirar. Ela trabalha em uma grande multinacional alemã aqui em Mumbai, está namorando um polonês super gente fina.

Ira veio do Casaquistão, país que ela diz que ser chato e não ter nada para fazer. É super interessada em questões socias do tipo como acabar com a pobreza, como melhorar a educação. Veio para Índia para trabalhar com empreendedores apoiados pela Artemísia. O escritório dela é chocante, segundo o que ela disse. Fica em um lugar escondido, sujo. Mas o empreendedor social que ela apoia é um empreendedor da Ashoka e tem feito um trabalho fantástico de melhoria das condições de vida de milhões de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza em vilarejos da Índia.

A Ada é uma polonesa louquinha. Tem 30 anos, adora turismo e deicidu largar tudo na Polônia e vir trabalhar na Índia. Ela tem a voz da experiência, mas sinto que é ainda uma menina no corpo de uma mulher.

Hoje fizemos um passeio juntos. Tipo domingo no parque com os irmãos. Mas não era um parque. Fomos ao Dharavi, a maior favela na Ásia. Lá foi filmado o filme Quem quer ser um milionário. Foi surreal. As impressões sobre essa favela de 1 milhão de pessoas e as outras aventuras e aprendizados em Mumbai ficam para o próximo post.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Um dia em Mumbai

Mumbai acorda

Na casa em que estou não é raro faltar água. Temos que fazer malabarismos com a caixa de água, tomar banho na hora certa. Até a água do vaso acaba, daí todo mundo tem que ir na cozinha buscar água da pia se quiser dar descarga. Descarga essa que sai da sua privada e vai direto para o córrego perto do prédio, que na verdade é um esgoto a céu aberto. Do lado do córrego, famílias de migrantes de vilarejos (de casta mais baixa) moram em uma mini favela com casas construídas com papel, latão ou madeira. Eles trabalham como pedreiros em um grande shopping em construção ao lado da favela ou como empregados no prédio da esquina, onde moram as estrelas dos filmes de Bollywood.

Bollywood

Alguns conseguiram trabalho no oeste da cidade - lavando roupa. Precisam pegar o trem todo dia em uma viagem de pelo menos 2 horas. No trem é melhor ficar esperto, correr e pular para dentro com o trem ainda em movimento para garantir seu espaço. Nas horas de pico pode ser que só te sobre a janela, mas do lado de fora ;)

Lavando roupa

Certamente, alguém no trem vai estar te olhando, sabe-se lá pensando no quê. No letreiro, as estações, quando aparecem, aparecem em híndi (com alfabeto diferente) – como saber onde você vai parar? Do seu lado alguém fala inglês, a pessoa responde em marati (uma das línguas locais) e ele conclui com metade das frases em híndi, metade em inglês. Os dois se entendem. Perto da janela, o indiano coloca o rádio para fora do trem tentando sintonizar: é dia de partida de críquete - Índia contra Sri Lanka!

Turbante

Daí, na estação você pede informação a um senhor que usa um turbante e ele te convida para um chá, te conta da região do norte da índia em que ele nasceu, fala da sua religião, do deserto e também das cordilheiras nevadas, tudo pertinho um do outro. Quando você pergunta do Paquistão e das bombas que explodiram na cidade no ano passado, ele muda de assunto. Este senhor trabalha em uma empresa de TI (tecnologia da informação), que emprega milhares de indianos a custo mais baixo prestando serviço para os americanos.

Norte da Índia

Pode ser que a esposa dele seja sua colega de trabalho. É ela que usa sári, te pergunta quando você vai se casar, te traz doces nos dias festivos e te cumprimenta a distância. Beijos no rosto ou contato físico entre pessoas de sexos diferentes são muito mal vistos. Daí você sai na rua e vê um grupo de homens, todos de mãos dadas, se abraçando e ate sentando um no colo do outro. Isso pode.

Festivais o ano todo

Se você quiser comer, vai ter que se adaptar. O país tem mais vegetarianos que o resto do mundo inteiro. A vaca é sagrada e os restaurantes de comida SÓ vegetariana estão em todos os lugares. Um dia comendo verduras apimentadas e bebendo água na rua pode te trazer uma noite animada no banheiro. Se quiser comer carne, vai ter que ser de galinha. Mas nada de peito da galinha. Na Índia tem muita gente, vai te sobrar o ossinho com carninha ou se muito, uma asinha.

Vaca sagrada

De volta para casa, a empregada que mora na favela da frente chega para limpeza do dia. Enquanto você admira o conjunto de brincos na orelha dela, os adereços no nariz, o sinal vermelho na testa e o vestido colorido, ela limpa sua casa por R$ 40 por mês. Então, você se despede dela e repara que os vizinhos estão fazendo uma celebração. Pela porta da para ver que um Deus com cabeça de elefante enfeita a sala, um circulo de pessoas vestidas de uma maneira diferente fazem rituais e as comidas estão espalhadas pelo chão.

Bem, e sexta-feira. Dia de ligar para os amigos e sair à noite. Na boate, você conhece uma indiana que acabou de chegar de Londres. Ela está com seus amigos modernos, viajados e que conhecem o exterior. A roupa de grife e o celular comprado na Europa combinam bem com o cachecol colorido que antes sua mãe usava junto do sári. Ela é moderna mas nada de contar aos seus pais que está namorando, já que provavelmente eles devem estar pensando no futuro casamento arranjado dela. Ela tem 24 anos, hora de casar.

Pronta para casar

A boate fecha as três. Por favor, saiam pedem os seguranças. Na volta para casa, uma procissão religiosa em plena rua deserta. A poeira cobre a luz, todos de branco, andando em silêncio. Mas o que é aquilo que eles estão carregando? Um caixão com um morto! Um frio te sobe pela coluna e daí alguém te explica: são muçulmanos que optaram por fazer o enterro de madrugada, talvez pela impossibilidade de fazê-lo no caótico trânsito do dia.

Muçulmanos

A cidade é tão lotada, onde devem ficar os cemitérios? – você pensa. Não tem, os indianos hindus são cremados e lançados no mar ou nos rios, de preferência o Ganges, que é sagrado.

Rio Ganges: sagrado

Depois de chegar e de discutir com o motoristo do tuk tuk que quer te cobrar a mais, antes de dormir uma idéia na cabeça: a Índia é capaz de te inspirar, frustrar, causar arrepio e confundir, tudo ao mesmo tempo.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Maya e Raj

Essa semana aconteceu algo bem curioso e inusitado: fui a um típico casamento indiano sem ser convidado!

Convidados dançam no meio da rua em direção da festa

Fui almoçar com meus colegas que dividem apartamento comigo. Comemos em um restaurante chinês e na volta demos de cara com um casamento indiano acontecendo em plena rua.

Noivo chega em seu cavalo branco

O noivo estava montado em um cavalo e era seguido por uma procissão de gente e uma banda.

O cavalo branco

Enquanto a banda tocava, os fogos de artifício explodiam, o transito parava, o noivo desfilava no cavalo e os indianos dançavam em plena rua caótica de Mumbai!Estava tudo tão bonito e tão colorido, a música era linda e contagiante. E o noivo estava tão feliz, ele sorria tanto que fiquei realmente emocionado.

Noivo explodindo de felicidade =)

Os casamentos na Índia são em grande maioria arranjados. Pelo que me contaram, os pais do noivo buscam uma noiva para ele, que tenha mais ou menos as mesmas condições financeiras e de educação do noivo. Nesse casamento, os noivos tinham 24 anos e pertenciam à casta mais alta.

Noiva chega carregada a la cleopatra

Como estávamos acompanhando a procissão pela rua e tirando milhares de fotos, acabamos chamando a atenção. A procissão andou por uma hora até chegar no espaço fechado em que seria a festa. Aí, acreditem, fomos convidados a entrar!

Só que minha roupa não estava nada adequada: havaianas, bermuda e blusa regata dormida! Enquanto isso os homens usavam turbantes vermelhos e roupas douradas, prateadas...e as mulheres, sáris belíssimos e jóias no rosto inteiro.

Vestido a carater

Lá dentro fomos super bem recebidos e na super cara de pau, até suquinho e salgadinho comemos e bebemos.

Batalhão masculino

Fomos informados que o casamento durava 3 dias! Este era o último. Ufa! A noiva, ao contrário do Brasil não se veste de branco e ela não se atrasa porque tem que estar lá esperando o noivo chegar em seu cavalo branco.

Ele chega carregado nos ombros dos homens e em um palco giratório encontra sua amada (que por sinal ele conheceu pouco tempo antes depois das famílias acordarem o casamento!). Os dois trocam colares feitos de flores. Essa parte representa o lado da noiva. Como se eles selassem o compromisso no lado feminino.

Trocando os colares de flores

Daí o noivo vai para um espaço todo suntuoso e espera a noiva, sentado em uma cadeira de rei. A noiva chega carregada por 4 homens em um tipo de cama a la rainha Cleópatra e senta-se de frente para o noivo. Esse encontro representa o laço sendo selado no lado masculino!

O casório

Daí seguem-se rituais e mais rituais...

Enfim casados

Só acho que no final das contas exageramos na cara de pau. Na Índia nada é previsível: com o mesmo tom amável que fomos convidados a entrar e bem tratados lá dentro, também fomos convidados a nos retirar da festa. Parece que a família da noiva não gostou da presença de firangues estrangeiros ;)