sábado, 16 de janeiro de 2010

Nossa casa ;)

Uma das partes mais legais da experiência tem sido a convivência com os meus colegas no nosso flat. Moramos em um apartamento em um bairro chamado Andheri West em Mumbai.

Nosso prédio

O apartamento em si não tem nada além das camas, armários e da gente. Parece que o antigo morador carregou tudo, desde o gás da cozinha até a fechadura interna da porta! A localização do apartamento é boa, o bairro é bom, cheio de restaurantes, shoppings e prédios mais bonitinhos.

Vista da varanda

Falo isso com certa experiência de caso. Tive que procurar apartamento, visitei dois. Cada um para 4 pessoas com 2 quartos. Moravam indianos e eu (se fosse morar lá) teria que dividir uma cama de casal com um indiano um ano inteiro, o cabo da internet tinha que ser revesado e o banheiro é daquele estilo de cócoras! Fora que os prédios eram feios de doer.

Vaso é um buraco no chão e...

...baldinho para lavar a bunda

Decidi ir morar com os gringos. Somos em 8: Timo (Finlândia), Vishal (Nova Zelândia/ Ilhas Fiji), Cristian (Alemanha), Harsha (Sri Lanka), Ada (Polônia), Ira (Casaquistão), Ashlee (Canadá) e eu (Brasil).

Formamos uma grande família, super bem entrosada. Morar com eles é uma grande diversão. Compartilhamos tudo, das dores de barriga aos almoços e passeios juntos Outro dia o Timo me ligou no trabalho para me perguntar qual era a marca do bolinho de chocolate que tinha comprado e se era gostoso. Vê se não é uma família?

As estrelas de bollywood moram pertinho daqui. Outro dia saimos para correr no parque e acabamos foi correndo junto dos indianos atrás de um trio passando pelas ruas com os atores promovendo um novo filme Dulha Mil Gaya (Você conseguiu um noivo!).

Estréias em Bollywood!

O Timo (Finlândia) é um cara super relaxado. Da riqueza de Helsinki e de um país de loiros com 5 milhões de pessoas ele veio morar em Mumbai (uma cidade que só ela tem 20 milhões, ou seja, 4 vezes a população do país dele). Imaginar a Finlândia e a Índia parece que é olhar para dois extremos, cada um em uma ponta. Ele veste uma capa de quem não liga para nada, tudo tá tranquilo. Na hora de discutir as contas da casa, de tomar uma decisão com a cabeça no lugar ou de contar uma história engraçada é só chamar o Timo. Todo durão e racional esconde o lado de quem desenha maravilhosamente bem, lê vários livros e é um sentimental de carteirinha.

Timo

A Harsha é simplesmente uma figura. Uma baixinha falante do Sri Lanka, amável. Passa o dia rindo e contando dos ensinamentos de Lorde Buda, do Sri Lanka e do dia em que ela bateu na cara do amigo de escola que tentou beijá-la no rosto. De uma família e um país bem tradicionais, os amigos dela não podem nem saber que ela mora com outros homens. Ela tá arriscada a não conseguir um casamento e perder o total respeito deles.

O Cristian é um alemão de carteirinha. A primeira vista de poucas palavras, durão, beberrão de cerveja. Mas quebrar essa barreira e engatar um conversa revela um cara super sensível, preocupado com os outros e extremamente consciente das coisas que acontecem ao redor dele. Ele veio para Índia apaixonado por uma indiana que morou na Alemanha e chegando aqui os dois tem enfrentado maus tempos pelas atitudes dos pais dela. Na Índia, uma idéia bem comum é a de que os indianos não devem namorar sem casar, outra é a de que não devem se casar com estrangeiros. Ou seja, os dois estão separados pela vigilância dos pais da indiana e, pela internet e chamadas escondidas no telefone, vivem um caso digno de novela das 8.Planejando o dia em que ela vai fugir com ele para o exterior.

Vishal, Harsha, Cristian, eu e Timo

O Vishal é uma figura. Nascido em Fiji (umas ilhas perdidas no Oceano Pacífico), ele e sua família imigraram para Nova Zelândia. Ele tem 22 anos de idade e veio aqui trabalhar em uma ONG com projetos contra o aquecimento global. Mas desistiu logo na primeira semana. Declarou que não gosta da Nova Zelândia e está de férias na Índia. E é assim que ele passa os dias cuidando dos cachos do cabelo, comprando roupas indianas em shoppings, curtindo as noites de Mumbai, os amigos indianos e os filmes/ estrelas de Bollywood. Ele aprendeu hindi assistindo aos filmes! E fazer tietagem com as estrelas do cinema é com ele mesmo. Ontem fomos um bar-boate super estiloso frequentado pelos atores, diretores e modelos de plantão. Imagina a gente na tietagem com os artistas. Vishal estava numa felicidade impagável.

Vishal e sua obra de arte: a revolta do meu cabelo!

Ashlee é uma canadense de um beleza digna de Hollywood. Com a voz suave e de forte presença, é só ela começar a falar que todos param para ouvir e admirar. Ela trabalha em uma grande multinacional alemã aqui em Mumbai, está namorando um polonês super gente fina.

Ira veio do Casaquistão, país que ela diz que ser chato e não ter nada para fazer. É super interessada em questões socias do tipo como acabar com a pobreza, como melhorar a educação. Veio para Índia para trabalhar com empreendedores apoiados pela Artemísia. O escritório dela é chocante, segundo o que ela disse. Fica em um lugar escondido, sujo. Mas o empreendedor social que ela apoia é um empreendedor da Ashoka e tem feito um trabalho fantástico de melhoria das condições de vida de milhões de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza em vilarejos da Índia.

A Ada é uma polonesa louquinha. Tem 30 anos, adora turismo e deicidu largar tudo na Polônia e vir trabalhar na Índia. Ela tem a voz da experiência, mas sinto que é ainda uma menina no corpo de uma mulher.

Hoje fizemos um passeio juntos. Tipo domingo no parque com os irmãos. Mas não era um parque. Fomos ao Dharavi, a maior favela na Ásia. Lá foi filmado o filme Quem quer ser um milionário. Foi surreal. As impressões sobre essa favela de 1 milhão de pessoas e as outras aventuras e aprendizados em Mumbai ficam para o próximo post.

4 comentários:

Unknown disse...

Rick, que Albergue Espanhol esse!!!
Todos tão bonitinhos juntos. Espero que agora vc não precise fazer tanto agachamento pra ir ao banheiro hehhee. Bjoooo

Sumaia Postay disse...

Rico!!!
Achei uma graçinha o prédio e seus amigos...fico feliz que está correndo tudo bem...depois que vc voltar, já dá pra escrever um livro...rsrs..bjs...

Dani Araujo disse...

Q nojo esse banheiro!! Ecaaaaaa
Nossa, esses dias vi uma reportagem no Jornal Nacional falando de um acidente nesses trens indianos. Fiquei tão preocupada com vc... Cuidado com essas jossas ambulantes hein!

Bjuus Rickynho

Ricardo Dutra Gonçalves disse...

Nosssaaa...dani...esses trens sao loucos, daqui a pouco tenho que pegar um que dizem que é o MAIS PERIGOSO...hhahaha...entenda-se o mais lotado, com gente até no tento. Vou ver se me cabe num espacinho na janela (no lado de fora =P).

Suuuuuuuu...saudades de vc e do fe...to com uma foto dele e da caca no meu pano de fundo do laptop...sempre que ligo o computador..me vem um sorris no rosto.. ;)

Renatita, é um albergueee espanhol mesmo...mas sem agachamentos!!