A AIESEC - organização internacional de jovens voltada para o desenvolvimento de liderança - mudou completamente minha forma de ver o mundo.
Há um ano atrás eu tive uma oportunidade de ir a Kuala Lumpur, na Malásia com mais de 1000 jovens de 110 países para celebrar a união através das culturas diferentes e a liderança voltada para mudanças positivas na sociedade. Foi uma conferência de mais de 10 dias.
Daqui a duas semanas a mesma conferência chega a Índia - o AIESEC International Congress 2010 vai trazer mais de mil pessoas a Índia para celebrar e concretizar a visão 2010 da organização.
E como essa organização é fantástica! Eu tive a sorte de poder fazer parte. Ela despertou em mim uma vontade de aprender tão intensa que eu era capaz de passar dias e noites dedicados a ela. Meu sonho era que cada vez mais e mais pessoas fizessem parte, descobrissem seus talentos e com paixão e profundidade, buscassem o que elas realmente querem fazer.
A AIESEC me trouxe grandes amigos, uma noçao de que o mundo é menor do que a gente pensa, de que podemos fazer quando queremos fazer e de que podemos nos relacionar com pessoas do mundo todo - existem mais semelhanças do que diferenças.
Me peguei hoje re-vendo o vídeo que abriu a conferência ano passado na Malásia. Me peguei chorando! Na memória, o vídeo me levou de volta a Kuala Lumpur. A platéia lotada, cada um vestido com roupas do seu país, felizes, conversando, rindo, brincando. No telão, surgiam os nomes dos países que estavam naquele grande salão - do Afeganistão a Austrália, do Vietnã a França, da África ao Oriente Médio. A cada pais que surgia na tela a platéia gritava em grande comemoração - sentia como se uma "grande corda" unisse as pessoas de todo o salão.
O vídeo: www.youtube.com
A platéia parecia se orgulhar de ao mesmo tempo ver seu país na tela, se ver na conferencia e ver que fazia parte de algo maior - o mundo. As imagens da Malásia, das praias, do povo davam a idéia de onde todos estavam naquele momento.
Não teve como não se emocionar - era o inicío de um grande evento, que levou mil pessoas a chorarem juntas em um grande salão.
sábado, 14 de agosto de 2010
domingo, 8 de agosto de 2010
Era Uma vez em Mumbai...
As chuvas de monsões caíram de vez em Mumbai. Lembro quando eu estudava sobre elas na escola, agora to aqui - respirando bolhas de água enquanto Mumbai vem abaixo com as inundações. Apesar disso, a vida na Índia ficou mais tranquila. Hoje vejo vídeos, saio na rua e o caos já não assusta. Aprendi os truques que fazem o dia-a-dia menos complicado.
Até uma rotina já tenho. E essa rotina envolve muito trabalho. Meu chefe chega no escritório as 7h da manhã e sai a meia noite. E a cultura de trabalho é de que você tem que chegar antes dele e sair depois - apesar de conscientemente eu não fazer isso! Pudera. Entrei no "Waves Gym" - uma academia absolutamente irada - que tem tomado boa parte das minhas manhas.
Estréia em Bollywood: Era uma vez em Mumbai...
O "Waves Gym" está em um bairro em que moram algumas estrelas de Bollywood - cinema e TV indianos. Ele é frequentado por estrelas que estão iniciando sua fama. Cada figura, cada estilo. Hoje na aula de Yoga, fizemos duplas para alongar - minha dupla foi um ator, que acabou me convidando para um trekking no fim de semana que vem. Agora, meu passa-tempo predileto é ficar de olho nos colegas do lado na academia - para ver se acho aquele rostinho famoso do momento.
Até um teste para figurar em um filme já fiz. Que foi péssimo, por sinal. Aqui os estrangeiros por serem brancos conseguem papéis de dançarinos, figurantes e até atores. Uma colega minha de BH virou modelo em Delhi e ela conta cada história - uma comédia.
O idioma também tá mais acessível. Apesar de ainda ter um longo caminho a ir, fico muito feliz de ver que hoje entendo o que eles falam em hindi. Isso graças, em parte, aos meus "odiados" motoristas de tuk tuk - que me fazem tirar palavras de nao-sei-onde para discutir.
Eu admiro muito a Índia - nao pela pobreza, caos, sujeira - mas pela capacidade do país de trazer para fora o melhor de você. Em Mumbai nada é fácil e o que sinto no ar é um espírito de que as pessoas estão empolgadas por viver apesar de todas as dificuldades.
Quando volto do trabalho, andando pela cidade é como se fosse dentro de um sonho - as roupas diferentes, os sons, os cheiros - nada faz sentido. Talvez isso explica a cara de bunda que os estrangeiros ficam na primeira semana na cidade - como se não entendessem onde vieram parar.
O indiano em geral tem personalidade forte e uma pose de como quem dissesse - "sei o que eu quero, você tem saber o que você quer e se você tem algum problema comigo, esse problema é só seu." É uma postura forte que inspira confiança, impõe seu espaço e, principalmente, exige do outro que também se "declare". Se eles não fossem assim, talvez morar na Índia fosse muito mais difícil. Aqui, como diz o ditado no Brasil, se você não chora, não mama.
Até uma rotina já tenho. E essa rotina envolve muito trabalho. Meu chefe chega no escritório as 7h da manhã e sai a meia noite. E a cultura de trabalho é de que você tem que chegar antes dele e sair depois - apesar de conscientemente eu não fazer isso! Pudera. Entrei no "Waves Gym" - uma academia absolutamente irada - que tem tomado boa parte das minhas manhas.
Estréia em Bollywood: Era uma vez em Mumbai...
O "Waves Gym" está em um bairro em que moram algumas estrelas de Bollywood - cinema e TV indianos. Ele é frequentado por estrelas que estão iniciando sua fama. Cada figura, cada estilo. Hoje na aula de Yoga, fizemos duplas para alongar - minha dupla foi um ator, que acabou me convidando para um trekking no fim de semana que vem. Agora, meu passa-tempo predileto é ficar de olho nos colegas do lado na academia - para ver se acho aquele rostinho famoso do momento.
Até um teste para figurar em um filme já fiz. Que foi péssimo, por sinal. Aqui os estrangeiros por serem brancos conseguem papéis de dançarinos, figurantes e até atores. Uma colega minha de BH virou modelo em Delhi e ela conta cada história - uma comédia.
O idioma também tá mais acessível. Apesar de ainda ter um longo caminho a ir, fico muito feliz de ver que hoje entendo o que eles falam em hindi. Isso graças, em parte, aos meus "odiados" motoristas de tuk tuk - que me fazem tirar palavras de nao-sei-onde para discutir.
Eu admiro muito a Índia - nao pela pobreza, caos, sujeira - mas pela capacidade do país de trazer para fora o melhor de você. Em Mumbai nada é fácil e o que sinto no ar é um espírito de que as pessoas estão empolgadas por viver apesar de todas as dificuldades.
Quando volto do trabalho, andando pela cidade é como se fosse dentro de um sonho - as roupas diferentes, os sons, os cheiros - nada faz sentido. Talvez isso explica a cara de bunda que os estrangeiros ficam na primeira semana na cidade - como se não entendessem onde vieram parar.
O indiano em geral tem personalidade forte e uma pose de como quem dissesse - "sei o que eu quero, você tem saber o que você quer e se você tem algum problema comigo, esse problema é só seu." É uma postura forte que inspira confiança, impõe seu espaço e, principalmente, exige do outro que também se "declare". Se eles não fossem assim, talvez morar na Índia fosse muito mais difícil. Aqui, como diz o ditado no Brasil, se você não chora, não mama.
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