Na bagagem para Índia em dezembro, eu trouxe um livro que há tempos não conseguia terminar de ler. Chama-se Presença.
É difícil explicar os assuntos que o livro trata, até porque é um livro para se sentir mais do que para se entender. Fala-se sobre como as partes se unem para formar o todo, como as pessoas aprendem e trabalha a incrível e simples idéia de que o futuro surge do presente. A todo o momento. E que podemos refinar nossa capacidade de sentir o futuro e deixá-lo fluir.
Pelas idéias do livro, eu poderia dizer que a razão de hoje eu estar na Índia é porque não poderia estar em nenhum lugar diferente. Começei o caminho até aqui há alguns anos e não há alguns meses como dizem por aí.
No dia em que pus os olhos naquela menina estrangeira, diferente, de olhos azuis que chegou na Escola Técnica (uma intercambista da Finlândia em 2002), sabia que em algum lugar do futuro eu estaria fazendo algo semelhante. E foi assim que me envolvi 3 anos depois com a AIESEC, foi assim que chorei ao ganhar uma viagem para França em 2006, que dei aulas particulares todos os dias por dois anos e foi assim que me joguei no outro lado do mundo para celebrar a diversidade de culturas em um congresso na Malásia.
Vir para Índia era seguir o que deveria ser feito.
Presença fala da idéia de que com coração aberto, mente aberta e vontade verdadeira, o futuro se cria naturalmente.
E como abrir o coração é difícil! Como libertar a mente é complicado! E como deixar a vontade verdadeira se realizar é um desafio...
Nosso coração é fechado, orgulhoso, não dá o braço a torçer...como é importante ser humilde para abrir o coração. Ninguém sabe tudo, a gente não sabe de nada.
A mente não tem disciplina, é desorganizada. Nossos pensamentos se contradizem, confundem. Disciplinar a mente é como uma arte, uma dança. Para ser preciso, requer um esforço que muitos não estão dispostos a empenhar.
E a vontade verdadeira? Essa vai muito além de se fazer o que se quer fazer...O quanto se é espontâneo? Autêntico? Único...