International Congress Committee: 22 countries
Faz 1 mês que estou em Kuala Lumpur, capital da Malásia. Contando um pouco do que vim fazer aqui: a AIESEC realiza anualmente uma conferencia internacional, em que mil jovens de 110 países se encontram em algum lugar do mundo para discutir temas como liderança, diversidade cultural, sustentabilidade. Durante 14 dias, jovens lideranças interagem com empresas e organizações globais, empreendedores de negócios e sociais, a idéia é criar uma plataforma em que jovens passem a refletir sobre seu papel e sua contribuição para uma sociedade melhor.
Meu papel aqui é compor o comitê organizador da conferencia, junto com outros 50 jovens entre 20 e 30 anos de 22 paises diferentes. Estamos morando juntos por 2 meses, trabalhando com a logística, promoção, organização de eventos, toda a preparação para a conferencia acontecer entre os dias 18 e 31 de agosto.
Palace of the Golden Horses
Morar junto com 50 pessoas de todos os cantos do mundo é uma oportunidade única de aprender sempre, a cada dia. Esse aprendizado fica ainda mais desafiante pela idéia de sermos responsáveis por entregar uma conferencia tão grande e para tantas pessoas. Uma conferencia, que provavelmente, vai contribuir ou mudar a percepção dessas pessoas em relação ao mundo e a si próprias.
Global Village do comitê organizador
O clima da nossa `casa` é bem internacional. 22 paises estão representados aqui: Paquistão, Índia, China, Alemanha, Áustria, Canadá, Malásia, Grécia, Itália, Eslováquia, Emirados Árabes, Marrocos, Tunísia, Austrália ...e pessoas com historias curiosas: a Layal, por exemplo, nasceu no Sudão, morou anos em Londres, depois 8 anos em Omã (Oriente Médio), 2 no Qatar e atualmente está há 6 anos no Canadá. Ela diz que não se sente nativa de nenhum pais, na cabeça dela, ela nasceu no `mundo` e o `mundo` é a casa dela. Universidade no Canadá, verões na áfrica, natal em Londres, emprego no oriente médio, e por aí vai...
Todo dia acordamos às 9h e começamos o dia com um encontro de todo o time, apresentações culturais de cada pais, danças, brincadeiras. Tem hora para trabalhar sozinho, reuniões entre os times. Tomamos café, almoçamos, jantamos juntos. As noites, em geral, com nargilê, Night markets ou alguma coisa imprevisível.
Ontem, por exemplo, tivemos aulas de salsa, merengue e cumbria com a Cindy de El Salvador. Nos fins de semana livres, viajamos juntos. No ultimo, fomos para umas ilhas paradisíacas na fronteira da Malásia com a Tailândia.
A cada final de dia, um clima de empolgação toma conta da sala em que trabalhamos. As musicas começam a tocar e se não saímos para nenhum lugar, a sala é tomada de musica de todos os cantos do mundo. Hoje parecia que estávamos na Índia da novela das 8, todos dançando musicas de Bollywood.
Nas paredes, gráficos de finanças, planos de como receber os delegados da conferencia, calendário de eventos com parceiros globais,...e fun sessions: cada um vai lá e escreve algo que gostaria de fazer no horário livre, como um curso que a pessoa se dispõe a dar ...desde de aulas de malaio até um curso de máfia com um italiano ou de massagens com um marroquino.
Eu sinto como se o tempo estivesse passando e eu querendo aproveitar cada vez mais, aprender cada vez mais, me divertir cada vez mais, viver cada vez mais.
Mas não pense que a vida é perfeita e os dias são de pura realização. Ninguém é feliz todo o dia, nem quando o ambiente todo parece conspirar para isso. Com freqüência, algumas perguntas me vêm à cabeça: o que estou fazendo aqui? Como será quando voltar para Vitória? Quando terei tempo para ficar quieto sem ninguém por perto (nem na hora do banho está sendo possível)? O quão intenso estou vivendo essa experiência?
Mochileiras na Malásia
Perguntas que geram angustias e duvidas: será que vou passar meu próximo ano viajando pelo mundo sozinho, em busca dessas respostas ou vou conseguir um emprego e me estabilizar? Fazer um curso de meditação na Tailândia, me apaixonar pela Holanda ou trabalhar com sustentabilidade no Oriente Médio?
Monges budistas no Camboja
A historia e a personalidade das pessoas que encontrei, vindas do mundo todo, com culturas e valores diferentes, parecem desafiar a minha historia: o que você esta construindo? Como está vivendo sua vida? O quanto está sendo você mesmo de forma natural e sincera?
Crescimento pessoal sempre foi um dos meus grandes interesses. Como as pessoas se desenvolvem e `crescem`? O quanto desse crescimento é responsabilidade individual? Se nós somos, no final das contas, um amontoado de valores, crenças e características herdadas dos nossos pais e nossa família. Que por sua vez foram influenciados pelos valores e crenças de uma determinada sociedade (seja ela cristã em um país tropical ou budista em montanhas frias). E essa sociedade tem uma história. Talvez a minha parcela de responsabilidade sobre quem eu sou seja muito baixa e o pulo do gato está em entender e fortalecer a minha própria história.
Do outro lado do mundo, dia a dia, pés no chão e cabeça no presente.
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International Congress Committee: 22 countries
I`m in Kuala Lumpur, capital of Malaysia, for 1 month. Sharing a little of what I came to do here: AIESEC holds an annual international conference, in which a thousand young people from 110 countries comes to discuss topics such as leadership, diversity, sustainability. During 14 days, young leaders interact with global companies and organizations, business and social entrepreneurs, the idea is to create a platform where young people will reflect on their role and their contribution to a better society.
My role here is composing the organizing committee of the conference, along with other 50 young people between 20 and 30 years from 22 different countries. We will live together for 2 months, working with logistics, promotion, organizing events, all the preparation for the conference to take place between 18 and 31 August.
Palace of the Golden Horses
Living with 50 people from all corners of the world is a unique opportunity to learn always, every day. This learning is even more challenging because of the idea of being responsible for delivering a big conference to so many people. A conference that will, probably, contribute to or change the perception of these people about the world and themselves.
Organizing Committee`s Global Village
The atmosphere of our "home" is very international. 22 countries are represented here: Pakistan, India, China, Austria, Canada, Malaysia, Greece, Italy, Slovakia, UAE, Morocco, Tunisia, Australia ... and people with curious stories: Layal, for example, was born in Sudan, she lived for years in London, 8 years in Oman (Middle East), 1 in Qatar and is currently in Canada for 6 years. She says she does not feel native of any country . According to her, she was born in the `world` and the `world` is her home. University in Canada, summers in Africa, Christmas in London, jobs in the Middle East, and so on ....
Every day at 9am, we wake up and start the day with a meeting of all the team, cultural presentations of each country, dances, games. We have time to work alone, meetings between the teams. We have breakfast, lunch and dinner together. The nights in general are spent with shisha, night markets or something unpredictable.
Yesterday, for example, we had classes of salsa, merengue and Cumbria with Cindy from El Salvador. On free weekends, we travel together. In the last one, we went to some islands in Malaysia's border with Thailand.
The end of each day, an atmosphere of excitement takes place in our work room. Music from all over the world is played. Today it seemed that we were in India from the 8 o clock soap opera from Brazil, all dancing to Bollywood songs.
On the walls, graphics, finance, plans to receive the delegates of the conference, calendar of events with global partners, ... and fun sessions: each one writes something he wants to do in the free time as a course that the person is available to offer/teach... from classes provided by a Malaysian to a course with an Italian about mafia or a massage with a Moroccan.
I feel as if time was passing and I want to experience more and more, learn more, enjoy more, live more.
But do not think that life is perfect and the days are pure achievement. Nobody is happy all the days, even when the whole environment seems to conspire for it. Often, some questions come to my head: what am I doing here? How is it going to be when I return to Vitória? When will I have time to be quiet with no one around (not even at the shower it is possible)? How intense am I living this experience?
Backpackers in Malaysia
Questions that generate anxiety: do I spend my next year traveling the world by myself, in search of these answers or I get a job to try stability? To do a course of meditation in Thailand, fall in love with the Netherlands or work with sustainability in the Middle East?
Buddhist Monks in cambodia
The history and personality of the people I met, from around the world, different cultures and values, seem to question my own story: what are you building? How are you living your life? Are you being natural and sincere?
Personal growth has always been one of my major interests. How people develop and grow? How much of that growth is individual responsibility? If we are, in the end, a bunch of values, beliefs and characteristics inherited from our parents and our family. They were influenced by the values and beliefs of a society (be it Christian in a tropical country or Buddhist in cold mountains). And the society has its own history. Perhaps my share of responsibility for who I am is very low and the crucial point is to understand and strengthen my own history.
Across the world, day by day, feet on the ground and mind in the current day.